Cidadã do Mundo

Na outra margem do rio, seguindo o curso de quem andou depressa, tropeçou, aprendeu e não desistiu de seguir o seu percurso, resgatarei, num breve relato, algumas aprendizagens e superações que me fizeram unir estudos da Educação com a Tecnologia Educativa.

Como educadora no interior do estado do Ceará, no Brasil, intrigada e com o olhar de curiosidade, observei o desejo dos jovens de mudar. Essa expressão foi constatada independentemente do lugar onde trilhei os caminhos da tecnologia educativa, seja no Brasil, Cabo Verde, Portugal ou Londres, em que pude perguntar aos jovens quais os seus sonhos. Logo após a pergunta, todos estamparam em seus rostos um brilho no olhar que os faziam seguir em frente. Essa foi a maior motivação para este estudo: a possibilidade de mobilizar olhares de mudança que, por sua vez, é capaz de mobilizar sonhos – essa característica de ter um desejo, uma ideia a transformar é o verdadeiro Coempreender.

Os projetos que foram desenvolvidos neste estudo têm o sentido de mobilizar uma prática social. Essa atividade, que envolve processos de mudança, sempre esteve presente em minha prática como educadora, desde o final da formação na área de Letras, quando desenvolvi meu primeiro projeto Leitor Cidadão do Mundo. Foi como professora parceira que iniciei minha caminhada na especialização em Informática Educativa – um processo de mudança numa época em que a Internet ainda não chegava à escola, mas que, com a parceria do Núcleo de Tecnologia do Estado – NTE/Jaguaribe –, alunos do interior do estado passaram a refletir sobre o ler e o escrever na Web. Esse envolvimento com projetos de Educação e TIC se deu, primeiro na especialização, depois no Mestrado, ao investigar as políticas de Inclusão Digital. Nesse mesmo período, um outro desafio foi vincular os estudos ambientais à tecnologia – uma prática que colocou os alunos do interior do estado a romper fronteiras, no projeto River Walk, numa parceria com a Universidade de Michigan, nos Estados Unidos da América (EUA). Portanto, há cerca de treze anos, já estávamos a instigar os alunos em suas certezas provisórias e dúvidas temporárias.

Todos os passos como professora, até o período de empresária da educação, ao montar uma empresa na área de educação a distância, me fizeram compreender os vários lados do perfil empreendedor, tanto no aspecto vinculado ao mercado, onde o que vale é o ganha-ganha, até o cuidado com a conduta ética e social – o que me fez deixar a implantação de um modelo de educação privado para voltar aos projetos sociais no Governo do Estado do Ceará-BR. Apesar dos impasses, a experiência me fez aprender novas formas de gestão, lutar por oportunidades, planejar com a devida organização do tempo e compreender como as tecnologias são importantes para transformar realidades no sertão do Ceará-CE, com a ampliação de formações das pessoas.

Entretanto, esse aprendizado me fez repensar o que é essencial para empreender e, com isso, fez nascer em mim o desejo de desenvolver projetos que vinculassem o Empreendedorismo às TIC, na tentativa de busca por parcerias. Até que conseguimos romper a linha, com conceitos inovadores, vinculando o trabalho desenvolvido nas pesquisas aos novos setores da Economia Criativa no Ceará, promovendo a construção de um projeto que vinculasse as áreas TIC e Empreendedorismo, denominado Projeto Agentes Digitais.

O apoio do Ministério da Educação (MEC) e, posteriormente, a futura premiação do referido projeto, nos colocou frente a um desafio maior: o de investigar as mudanças ocorridas na vida dos jovens ao implementar formações dessa natureza.

Durante o percurso da pesquisa, outros desafios foram ocorrendo, não somente o de contextualizar teoricamente, mas também consolidar uma abordagem metodológica basilar para o desenvolvimento dos jovens no ensino médio[1]. Assim, finalizei o doutorado em 19 de dezembro de 2014 sinalizando inovações necessárias para Coempreender nessa Sociedade em Rede.

 

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